
COMUNICAÇÃO DIGITAL: EFEITOS E TRANSFORMAÇÕES DO NOVO MUNDO - COM MARC TAWIL
Grandes mudanças e profundas transformações, o cenário da tecnologia nunca foi tão importante como está sendo agora.
Desde que o mundo começou a enfrentar os problemas na área da saúde em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus, vários estabelecimentos tiveram que fechar as porta da noite pro dia. Não houve nem sequer tempo para se planejar o futuro, o controle de gastos e as despesas com os colaboradores. Foi tudo muito imediato, necessário e importante.
Priorizar a vida dos que moram dentro da nossa casa, a saúde dos funcionários com suas famílias, com as crianças, com os mais velhos, passou a ser a regra n 1º diante do efeito gerado por essa doença tão desconhecida por todos nós.
Por sua vez, a reinvenção passou a ser a chave para driblar a crise. As empresas e o mercado tiveram que reagir usando recursos tecnológicos, explorando o digital e se aprofundando em ferramentas que gerassem valor e conteúdo aos seus consumidores e clientes. Sobre este assunto a Just.Co Marketing, conversou com exclusividade com o empresário, jornalista, colunista da Época Negócios, radialista, escritor, estrategista de comunicação e LinkedIn Top Voices, Marc Tawil. Nessa entrevista, Marc revela ao jornalista Ivan Duarte, como a tecnologia tem movimentado os cenários de empresas, influenciadores digitais com a lives e suas interpretações sobre o “novo mundo” que está começando. Confira:
1- Marc, gostaria de saber como você tem enxergado as séries de revoluções que as empresas estão enfrentando neste período de Pandemia.
Ivan, a gente tem enfrentado uma série de revoluções que na verdade já vinham se desenhando, essa questão relacionada ao futuro do trabalho, que agora me arrisco a chamar de “presente do trabalho” , porque o futuro já chegou, não é nenhuma novidade se você para pra pensar que a virtualização das empresas, a aceleração da tecnologia, que uma qualidade de vida melhor e maior para quem trabalha, a questão dos softwares e a diminuição dos custos não são temas novos. O que a gente está vendo, na minha visão, são evoluções de pensamento, talvez de olhar para essa pandemia e perceber que nem tudo é tão urgente, que a gente não precisava gastar dinheiro com tanta coisa porque as experiências podem ser híbridas, virtuais e presenciais e não são tão ruins como a gente imaginava. A pandemia como se apresenta neste momento, tirando as questões de mortos e feridos que é gravíssimo e a primeira coisa que a gente tem que se pensar, ela vai mais acelerar processos e plantar sementes do que provocar grandes revoluções que a partir de amanhã vão mudar o mundo. Vão mudar em muitas coisas, mas não acredito que seja sentida neste momento. Estamos plantando as sementes e os frutos serão colhidos por nossos filhos e netos.
2- Na sua opinião o que fica ainda como reflexo dessa pandemia nas empresas? Existirá uma preocupação em realizar reservas e trabalhar com um fluxo de caixa mais “preventivo”?
Na minha opinião o que ainda existe de reflexo desta pandemia nas empresas é a questão financeira daqui pra frente, ou seja, uma percepção de que SIM, a gente precisa fazer reservas, que sim o caixa é muito importante, que NÃO a gente não precisa comprar todos os softwares do mundo e ter uma mega estrutura para poder fazer as coisas, de que sim a gente precisa ser escalável e precisa ser inovador o tempo todo para não morrer, ter novos modelos de negócio e criar cenários que sejam catastróficos como aconteceu agora. E claro, ninguém imagina ou pensa em uma pandemia nessa proporção, mas, a gente precisa criar cenários que nos mostram em determinadas situações limites, como essa de agora, que a gente tem que trabalhar de uma outra forma. O que eu vejo muito e estou aplicando na minha empresa, é uma “qualidade de vida do funcionário”, como: Primeiro o deslocamento, talvez permitir com que o funcionário ele se desloque menos ou talvez nem se desloque, porque é uma perda tempo que não vai fazer diferença, isso dependendo da empresa, vejo portanto, que o home office ou flex office vem muito forte, são duas modalidades uma híbrida e outra presencial. Depois eu vejo uma entrega por demanda, não sei se a gente vai precisar trabalhar horas e horas em um lugar para poder entregar ou se a gente só precisa entregar aquilo que a gente combinou e está tudo certo. E também mudança de comportamento nas contratações, homens e mulheres pagos por hora, entende?
3- Marc, impossível também não falar das grandes estratégias de marketing com as poderosas “lives” que estão acontecendo, acredita que isso pode ser uma nova transformação da era da tecnologia? Como você está enxergando essas estratégias de marketing?
Eu vejo as lives mais como uma “tábua de salvação” do que estratégia de marketing. Poucas pessoas estão fazendo live com o cunho de marketing, estratégia, mesmo sabe ? A pandemia caiu no colo de todo mundo e ninguém soube ou sabe o que fazer neste momento, então vejo a “Live” como aquilo que tem pra hoje, não vejo como como um instrumento poderoso de alguém neste momento. Eu vejo muito artista cozinhando, quando ninguém tem interesse de ver eles cozinhar, vejo também empresário abrindo a live para falar besteira, famoso se exibindo e falando com outro famoso parecendo que está no FaceTime. Existe um termo criado pelo podcast “Caos Corporativo” que diz o seguinte: Deus me live! Então as lives servem para que nós usuários crie senso crítico e compreenda que não precisamos assistir ou ler tudo, essa é apenas primeira pandemia, vão vir outras.
4- Nesta pandemia conseguimos ter uma perspectiva positiva?
É a primeira pandemia que estamos enfrentando neste nível, primeira pandemia global, pelo menos na nossa era, então não existe uma dica para que as pessoas tenham perspectiva otimista, entende?
Por tanto, pedir perspectivas para pessoas que estão passando por barras diferentes é você querer criar um rótulo ou um remédio genérico para doenças diferentes. Existem pessoas que neste momento não possuem problema de dinheiro e existem pessoas que só tem problema de dinheiro mas tem harmonia no lar, temos pessoas em depressão, sofrendo de ansiedade, existem suicídio, agressões domésticas, como você vai criar tantos remédios para diferentes doenças? não tem como! Então a perspectiva otimista que eu vejo primeiro é um olhar para dentro, uma análise de qual estatistica você quer fazer parte. Você quer sucumbir à crise? Você quer estagnar na crise? ou você quer crescer? e com base nesses três você vai encontrar a resposta.
5- As pessoas estão mais solidárias na sua visão? Está existindo mais empatia com o efeito dessa pandemia?
As pessoas estão sendo mais solidárias, mas também existem pessoas não solidárias e também não dá para julgar. Neste momento as pessoas tem medo de morrer, e depois elas tem medo que a família delas morram, depois do medo da morte vem o medo da pobreza, o medo da saúde financeira ruim e por fim a saúde mental, então são muitas crises acontecendo no mesmo momento, pedir solidariedade no mundo ideal é muito bonito e a primeira solidariedade que as pessoas estão tendo é com elas mesmas e com as famílias delas. Tem um ponto positivo, muita gente não conversava com a mãe, filhos e nem com cônjuge direito quando chegava do trabalho. Existem casais que nem se conheciam… houve pessoas que se despertaram nessa crise, mas também ainda existem muitos exemplos ruins.
6- O mundo será o mesmo pós período de pandemia?
O mundo será o mesmo depois da pandemia, porque nós seremos os mesmos em muita coisa. Algumas sementes foram plantadas e elas vão germinar, para alguns elas já germinaram, mas é evidente que o mundo será o mesmo pós pandemia pelos menos por um tempo. E essas sementes também vão germinar em algum momento. Para negócios, pessoas que perderam conhecidos queridos, para saúde mental de muitas pessoas que sucumbiram à crise, claro que o mundo será diferente. Mas no mundo as pessoas vão voltar a viajar, comer hamburguer de R$ 50, vão voltar os cinemas e também o entretenimento. Quem percebeu os sinais da crise e conseguiu evoluir, vai mudar o seu interior e buscar mudar o mundo. Claro que tem também pessoas que não tiveram essa oportunidade porque já morreram e vão enxergar isso como um castigo de Deus, são perspectivas diferentes.
SOBRE O ENTREVISTADO:
MARC TAWIL
Jornalista, radialista e escritor. Diretor criativo e executivo da Tawil Comunicação, agência que fundou em 2010, em São Paulo. Eleito Nº1 Top Voices LikedIn. É vice-coordenador na Câmara de Comércio França-Brasil, conselheiro deliberativo no Instituto Capitalismo Consciente Brasil, conselheiro consultivo do Grupo Comunique-se e conselheiro consultivo do Adus | Instituto de Reintegração do Refugiado. Foi escolhido o 1º Embaixador Corporativo Cabify Empresas no Brasil. Foi apresentador co-apresentador do programa Café das 6 SP pela Rádio Globo, é colunista na revista Época Negócios e apresenta o Auto-performance podcast da rádio Jovem Pan.